Justiça social e educação: um olhar sobre dois documentos globais
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Resumo
Este estudo, que está inserido no âmbito da Cátedra UNESCO UniTwin – A Cidade que Educa e Transforma, tem como objetivo investigar as concepções de justiça social presentes no Relatório Reimaginar nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação (UNESCO, 2022) e na Carta das Cidades Educadoras (AICE, 2020), apontando as considerações e/ou proposições desses documentos para o campo educacional. No Relatório da UNESCO, a justiça social é mencionada oito vezes, e posta ao lado de “princípios”, “fundamentos” e “abrangência”, estando ligada, na construção textual, ao mencionar justiça ecológica, com ênfase no equilíbrio de responsabilidades para proteger o planeta. Também mantém uma conexão com princípios fundamentais, como a diversidade cultural, a não discriminação, o respeito à vida e à dignidade humana. Na Carta das Cidades Educadoras, embora não tenha uma definição clara, a justiça social é relacionada com o direito à cidade educadora, enfatizando questões como sustentabilidade, equilíbrio territorial e cidadania democrática. A análise de ambos os documentos sugere que a justiça social pode servir como uma “ponte educativa” entre a escola e a cidade, promovendo o desenvolvimento integral dos cidadãos e fortalecendo a educação como direito inalienável. Concluímos que a expressão justiça social é polissêmica e a falta de exatidão em sua concepção, leva a mais interrogações do que esclarecimentos. Assim, refletimos sobre as formas pelas quais a ideia de justiça social pode ser utilizada na educação e na sociedade em geral.
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