A natureza da ciência como elemento da alfabetização científica na proposta curricular de um curso de licenciatura em química de uma instituição de ensino superior brasileira
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Pesquisas na área do ensino têm apontado o entendimento da Natureza da Ciência (NdC) como elemento fundamental para o processo de alfabetização científica (AC) dos indivíduos. Desse modo, essa temática precisa estar presente em todos os níveis educativos, o que inclui a formação inicial de professores. Considerando isso, esse estudo teve como objetivo principal compreender como a AC, no tocante à NdC, tem sido contemplada no Projeto Pedagógico do Curso (PPC) da Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), localizado no Brasil. A pesquisa foi delineada a partir de uma análise documental, apresenta abordagem qualitativa e como técnica de análise dos dados adotou-se a análise de conteúdo. Os resultados apontaram a presença de elementos que viabilizam discussões sobre a AC, porém, com lacunas direcionadas a NdC, como a escassez de discussões sobre essa natureza nas disciplinas de caráter específico e a ausência de bibliografias importantes no contexto da temática. Tais resultados conduzem à reflexão da necessidade de repensar os currículos de formação inicial docente de maneira a conduzir a discussões efetivas sobre a AC e a NdC, bem como ofertar subsídios para tal.
Downloads
Detalhes do artigo
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Referências
Adúriz-Bravo, A., Izquierdo, M., & Estany, A. (2002). Una propuesta para estructurar la enseñanza de la Filosofía de la Ciencia para el profesorado de ciencias en formación. Enseñanza de las Ciencias, 20(3), 465-476. https://ddd.uab.cat/pub/edlc/02124521v20n3/02124521v20n3p465.pdf
Alves, R. (2000). Filosofia da ciência: Introdução ao jogo e suas regras. Edições Loyola.
Aranha, M. L. de A. (2009). Filosofia da educação. Moderna.
Bachelard, G. (1996). A formação do espírito científico. Contraponto.
Bardin, L. (2016). Análise de conteúdo. Edições 70.
Barros, A. J. P (2010). Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. Vozes.
Brasil (2019). Resolução n.º 2, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Diário Oficial da União, Brasília, DF, n.º 247, pp. 115-119.
Cachapuz, A., Gil-Perez, D., Carvalho, A. M. P., Praia, J., & Vilches, A. (2005). A necessária renovação do ensino das ciências. Cortez.
Carvalho, A. M. P. (2013). Ensino de Ciências por Investigação: Condições de implementação em sala de aula. Cengage.
Carvalho, A. M. P., & Gil-Pérez, D. (2011). Formação de professores de ciências: tendências e inovações. Cortez.
Castro, A. D., & Carvalho, A. M. P. (2005). Ensinar a ensinar: didática para a escola fundamental e média. Cengage Learning.
Chalmers, A. F. (1997). O que é ciência afinal? (R. Fiker, Trad.). Brasiliense.
Cunha, M. I. (2012). O bom professor e sua prática (24.ª ed). Papirus.
Feyerabend, P. (2007). Contra o método. EDUNESP.
Firme, R. N., & Miranda, R. D. (2020). Impactos de um processo formativo na alfabetização científica e tecnológica de licenciandos em química. Educación química, 31(1), 115-126. https://doi.org/10.22201/fq.18708404e.2020.1.70356
Fourez, G. (1995). A construção das ciências. Unesp.
García-Carmona, A., Vázquez-Alonso, Á., & Manassero-Mas, M. A. (2011). Estado actual y perspectivas de la enseñanza de la naturaleza de la ciencia: una revisión de las creencias y obstáculos del profesorado. Enseñanza de las ciencias: revista de investigación y experiencias didácticas, 29(3), 403-412. https://doi.org/10.5565/rev/ec/v29n3.443
Gil-Pérez, D., Montoro, I. F., Alís, J. C., Cachapuz, A., & Praia, J. (2001). Para uma imagem não deformada do trabalho científico. Ciência & Educação, 7(2), 125-153. https://doi.org/10.1590/S1516-73132001000200001
Gil, A. C. (2010). Como elaborar projetos de pesquisa (5.ª ed). Atlas.
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). (2018). Projeto pedagógico do curso superior de licenciatura em química presencial. IFRN.
Kuhn, T. S. (2017). A estrutura das revoluções científicas (13.ª ed). Perspectivas.
Lakatos, I., & Musgrave, Alan (Orgs.) (1979). A crítica e o desenvolvimento do conhecimento científico. Cultrix/Editora da Universidade de São Paulo.
Leite, E. A. P., Ribeiro, E. S., Leite, K. G., & Uliana, M. R. (2018). Alguns desafios e demandas da formação inicial de professores na contemporaneidade. Educação & Sociedade, 39(144), 721-737. https://doi.org/10.1590/ES0101-73302018183273
Ligouri, L., & Noste, M. I. (2005). Estado y evolución del status de la didáctica de las ciencias naturales. In L. Ligouri & M. I. Noste (Eds.), Didáctica de las ciencias naturales: Enseñar ciencias naturales. Homo Sapiens Ediciones.
Maia, P. F., & Justi, R. (2020). Conhecimentos de professores sobre natureza da ciência em contextos de modelagem: contribuições de atividades formativas. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, 19(3). 520-545. http://reec.educacioneditora.net/volumenes/volumen19/REEC_19_3_2_ex1621_213.pdf
Maldaner, O. A. (2013). A formação inicial e continuada de professores de química: professor/pesquisadores (4ª ed.). Unijuí.
Marconi, M. A., & Lakatos, E. M. (2010). Fundamentos de metodologia científica (7ª ed.). Atlas.
Marques, D. M. (2015). Formação de professores de ciências no contexto da História da Ciência. História da Ciência e Ensino: construindo interfaces, 11, 1-17. https://revistas.pucsp.br/index.php/hcensino/article/view/23020/16717
Moura, B. A. (2014). O que é natureza da ciência e qual sua relação com a história e filosofia da ciência? Revista Brasileira de História da ciência, 7(1), 32-46. https://doi.org/10.53727/rbhc.v7i1.237
Moura, J. H. C., Rosa, M. I. P., & Massena, E. P. (2021). Práticas interdisciplinares na formação inicial de professores de ciências da natureza: contextos distintos, indagações similares. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte), 23, 1-16. https://doi.org/10.1590/1983-21172021230107
Neves, J. L. (1996). Pesquisa qualitativa: características, usos e possibilidades. Caderno de pesquisas em administração, 1(3), 1-5. https://www.hugoribeiro.com.br/biblioteca-digital/NEVES-Pesquisa_Qualitativa.pdf
Nunes, A. O., Dantas, J. M., & Leite, R. F. (2021). Indícios de alfabetização científica e tecnológica em cursos de formação inicial de professores de química: Análise dos projetos pedagógicos. Tecné, Episteme y Didaxis: TED, número extraordinário, 432-437. https://revistas.pedagogica.edu.co/index.php/TED/article/view/15128
Oliveira, R. S., & Kiouranis, N. M. (2021). Enfoque CTSA e formação inicial de professores: um olhar para o projeto pedagógico dos cursos de licenciatura em química das instituições públicas de ensino superior do Paraná. Revista Valore, 6(1), 1636-1650. https://revistavalore.emnuvens.com.br/valore/article/view/904
Pereira, L. L. S., & Miranda-Luz, A. L. (2016). Uma análise das concepções sobre a natureza da ciência na formação inicial de professores de química do IFG–Campus Anápolis. Tecnia, 1(2), 11-28. https://revistas.ifg.edu.br/tecnia/article/view/50
Pierson, A., & Neves, M. R. (2001). Interdisciplinaridade na formação de professores de ciências: conhecendo obstáculos. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 1(2), 120-131. https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/4168
Popper, K. (2008). A lógica da pesquisa científica (L. Heidenberg & O. S. Mota, Trads.). Cultrix.
Portugal, K. O., & Broietti, F. C. D. (2020). Visões acerca da natureza da ciência de formandos em licenciatura em química. ACTIO: Docência em Ciências, 5(1), 1-18. http://dx.doi.org/10.3895/actio.v5n1.10402
Praia, J., Gil-Pérez, D., & Vilches, A. (2007). O papel da natureza da ciência na educação para a cidadania. Ciência & Educação (Bauru), 13(2), 141-156. https://doi.org/10.1590/S1516-73132007000200001
Santos, B. de S. (2008). Um discurso sobre as ciências (5.ª ed.). Cortez.
Santos, M., Maia, P., & Justi, R. (2020). Um modelo de ciências para fundamentar a introdução de aspectos de natureza da ciência em contextos de ensino e para analisar tais contextos. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 20(u), 581–616. https://doi.org/10.28976/1984-2686rbpec2020u581616
Sasseron, L. H. (2015). Alfabetização científica, ensino por investigação e argumentação: relações entre ciências da natureza e escola. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte), 17(1), 49-67. https://doi.org/10.1590/1983-2117201517s04
Sasseron, L. H., & Carvalho, A. M. P. de. (2011). Construindo argumentação na sala de aula: A presença do ciclo argumentativo, os indicadores de alfabetização científica e o padrão de Toulmin. Ciência & Educação (Bauru), 17(1), 97-114. https://doi.org/10.1590/S1516-73132011000100007
Seixas, P. S., Coelho, F. L., Silva, S. G., & Yamamoto, O. H. (2013). Projeto Pedagógico de Curso e formação do psicólogo: uma proposta de análise. Psicologia Escolar e Educacional, 17(1), 113-122. https://doi.org/10.1590/S1413-85572013000100012
Stanzani, E. de L., & Broietti, F. C. (2016). Oficinas temáticas no ensino de química: (re) construindo significados a partir das finalidades da alfabetização científica. Experiências em Ensino de Ciências, 11(2), 164-175. https://fisica.ufmt.br/eenciojs/index.php/eenci/article/view/568